quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

O que é a vida adulta?

Musiquinha que me acompanhou pro texto:
Hoje eu acordei com sono, com muito sono. A luta para levantar da cama foi tão grande que até pra tomar banho eu demorei. Um erro né, tomar banho demorado, ainda mais quando se está atrasado pro trabalho e precisando economizar água.
Cheguei numa rotina tão grande minha vida que mesmo eu gostando dela, há algo nela que me incomoda. Não sei ao certo em dizer isso, não sei se é meu trabalho, não sei se é meu curso, não sei se é a cidade, não sei se são os meus amigos. 
Uma coisa eu sei ao certo, estou começando a enjoar de São Paulo. 

Dificilmente eu fico numa cidade por tanto tempo, sempre acabo me mudando, isso desde criança por causa dos meus pais. Mas quando decidi sair de casa aos 20 anos, eu pulei de Natal pra Brasília e de Brasília pra São Paulo. E agora quase 5 anos já em São Paulo, chegando aos meus 30 anos, eu já quero sair daqui. 
Eu não sei exatamente o que pode me assustar mais, se é essa rotina que entrei ou se é o fato de eu estar chegando aos 30 anos e ainda eu não conseguir me dar conta disso. As pressões sociais estão tão grandes que às vezes é difícil acompanhar ou até mesmo prestar atenção nisso. 
O mundo em guerra e as pessoas ainda discutindo as roupas que eu uso, o modo como eu falo, como ajo, como eu "preciso" enfrentar a vida adulta. 

Eu moro sozinha, pago meu aluguel, trabalho, terminei meu terceiro curso e aquela sensação de "o que é fucking vida adulta pra vocês?" 
Será que é tão difícil pra sociedade apenas aceitar que eu gosto de tênis, calça jeans e camiseta? Que eu gosto de quadrinhos, seriados, desenhos animados e vídeo-games? Que o fato de eu conseguir fazer TUDO que eu quero SOZINHA já não basta pra ser adulta? 
Ou será que a vida adulta na sociedade é casar, ter apartamento, carro, filhos e envelhecer cheia de bens materiais? 
Se a vida adulta for isso, então eu parei na adolescência mesmo. 

Não almejo casamento, nem ter apartamento, nem carro e nem filhos. Meus poucos bens materiais que possuo, são meus livros, meu pc, minhas roupas e meus jogos. Envelhecerei com muita coisa ainda pra ler e jogar. 
30 anos está vindo aí e cada dia que passa, estou mais certa de que não preciso me prender a nenhuma pessoa, não preciso me prender a nenhum carro, não preciso me prender a nenhum apartamento e nem muito menos me prender a nenhum filho. 
30 anos está vindo aí pra me mostrar que eu posso ser o que eu quiser e ter o que eu puder ter, e nada nem ninguém vai me apontar o dedo pra criticar meu estilo de vida. 

Próxima parada, talvez Canadá. Que 2016 possa me guiar para lá, se não, eu espero. Afinal, eu não tenho absolutamente nada que me prenda em nenhum lugar. Eu vou pra onde o vento e os bons fluidos me levarão! 

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