sábado, 16 de janeiro de 2016

I'm so dumb...

Hoje eu quis ver o mundo explodir.
Hoje eu quis ver o sol queimar.
Hoje eu quis que minha cabeça parasse de doer.
Hoje eu quis me deitar...pra nunca mais levantar.

Por mais um único momento, eu queria ver, ver tudo que não posso ver. Sentir tudo que não posso sentir e tocar tudo que não posso tocar.

Por mais um minuto eu queria estar ali, não só ali, mas queria estar lá, pra bem longe de cá. Rodar quilômetros mundo a fora sem ninguém pra lembrar, sem ninguém pra olhar.

O mundo seria mais fácil de encarar se não houvessem vínculos por cada segundo que passa em todo o percurso da vida.

Queria poder desejar o sentimento de ser egoísta por mais uma única vez pra nunca mais senti-la. Para que talvez ela conseguisse fazer com que minha dor fosse embora de uma vez.

A dor do vazio.
A dor do vínculo.
A dor do se importar.
A dor...
Ah
Dor.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Happiness? Felicidade? Felicidad? Felicità? Xìngfú? Glück?

"When the fever’s set, the crowd is hot,
The gloves are off, the knives are out And you’re on your own''

 É praticamente a lei da vida é essa "você está por sua conta", traduzindo, você está sozinho. Você tem sua família, seus amigos, suas coisas, mas você continuará sozinho, por mais que você lute contra isso a realidade é essa. Estamos sempre nessa busca de preencher nossas vidas com coisas materiais, ilusórias, com outras pessoas, mas pessoas nunca vão preencher por completo. Pessoas preenchem momentos, sentimentos, caminhos e às vezes conforto.

A felicidade? É aquela coisa que se encontra no fim do caminho daquela corrida olímpica infinita que se dá mil voltas e tropeços para alcança-la. Muita gente desiste, muita gente alcança e muita gente nunca consegue chegar nela, nem muito menos senti-la.

Eu acho que nunca consegui alcançá-la, se alcancei talvez tenha escapado rapidamente pelas mãos. Penso todo dia no passado e em como eu seria se estivesse escolhido outros caminhos, será que talvez eu a alcançaria? Talvez sim, talvez não. Na minha vida eu não consigo nem enxergá-la pelo caminho e nem consigo imaginar como eu iria proceder se eu a pegasse. Me sinto o Coyote nessa corrida pela felicidade (e obviamente me fodendo), cujo eu ainda não sei os motivos de tê-la pra mim.



Hoje eu acordei com a dor de cabeça infernal. Fiquei três dias sem óculos, porque a armação do meu óculos quebrou, eu fiz uma gambiarra nele e segunda eu resolvi ir numa ótica e comprar uma armação nova, porém minha atual condição financeira não me permitiu que eu mandasse fazer lentes novas, como as minhas lentes são novas, eu comprei armação e mandei que colocassem as minhas lentes. E isso gerou esses  três dias sem enxergar ninguém na rua, no trabalho e uma irritação violenta que fiz o máximo que pude pra esconder isso de todos.
Agora já busquei meu óculos novo e a dor de cabeça e irritação ainda permanece. Bebi café, comi porcaria, dormi no banheiro do trabalho e joguei um pouco de água no rosto. Mas praticamente nada disso fez efeito, eu ainda estou irritada e com dor de cabeça.

Iniciei aqui uma tentativa de escrever algo sobre morte, apaguei. Depois tentei sobre minha condição de depressão nervosa, também apaguei. Por fim, iniciei um assunto de "como se foder em 3 dias", tentei iniciar como minha dependência com meu óculos afeta bastante em minha vida. Mas só consegui desenvolver o inicio deste post, sobre "Felicidade".

Não sei ainda como posso dizer dentre esses três assuntos aleatórios, se completam. Acho que o tema morte foi por uma lembrança que o facebook fez de uma postagem minha de alguns anos com essa imagem aqui:

E com o gatilho dessa imagem iniciei sobre meu problema com depressão nervosa  (que fui diagnosticada quando tinha 16 anos após uma série de trocas de escola, seguida de expulsão e um encontro inesperado com drogas e abuso de álcool), e como estava irritada, percebi que não estava com cabeça para escrever sobre isso, e ai iniciei um post desastroso sobre como ficar sem óculos por três dias fodeu minha vida, até chegar nesse aqui. 
E sim, confirmando, eu sou um turbilhão de ideias tortas dissimulantes que não sabe se expressar direito e tenta fazer isso da melhor forma possível, fazendo assim mais confusão em tudo. 

De fato, o que eu escrevo aqui é pra mim, se servir de algo pra alguém, fico feliz. Mas uso isso aqui como forma de tentar me expressar melhor, para que eu me entenda e para que quem passa por aqui tente me entender. Embora muitas vezes eu só faço cada vez mais confusão.



O ontem já foi, o hoje está caminhando e o amanhã? Ah, o amanhã é só mais uma chance de fazer merda e se arrepender depois. Uma chance de continuar correndo, tropeçando, se fodendo e levantando.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

E de repente...30!

Quando eu tinha uns 24 anos, eu trabalhava numa gráfica rápida fazendo convites de aniversários. Lembro de ter pego uma cliente extremamente exigente com seu convite de aniversário de 30 anos. O projeto que ela me trouxe foi bem complicado de se fazer, ele tinha um 30 na capa e recortado com vinco. Foi meio difícil de fazer, fiquei o dia todo ali, fazendo testes, olhando o acabamento e por fim entreguei os convites no final do dia.
No dia seguinte, ela devolveu, dizendo que a cor não estava do jeito que ela havia escolhido (na real, o tom clareou cerca de 0.2%), mas lá foi eu refazer os convites. Mas o foco aqui não são os convites, nem a cliente exigente e sim, meus pensamentos naquele ano "E quando eu fizer 30?".
Pois é, e cá estou, completo 30 anos no dia 21 de janeiro e naquele tempo eu não fazia ideia do que imaginar o que estaria fazendo com 30 anos. E pra falar a verdade, eu ainda continuo sem saber o que estou fazendo com minha vida :S


Lembro que na época eu pensei "nossa, eu acho que vou fazer uma festa temática, tipo anos 80, ou senhor dos anéis, ou star wars, vai ser divertido". Hoje, eu moro em São Paulo, meus melhores amigos e família moram em Brasília, meus pais e meu irmão em Natal e minha irmã no Rio de Janeiro, como vou fazer uma festa desse jeito? (sem contar a constante falta de dinheiro que ainda permanece)
Na época eu também pensei "Caramba, será que vou ter feito minha pós? Mestrado? Estar bem sucedida na minha área?" Não, não fiz ainda minha pós, sonho com o mestrado e ao que tudo indica, eu nunca vou ser bem sucedida na minha área, visto que meus empregos desde que me formei, não me possibilitaram criar expectativas para tal futuro sonhador.

E ai dizem que a vida começa aos 30, a maioria dos meus amigos próximos a minha idade moram com os pais (e eu acho isso ótimo), meu primo com 40 anos voltou pra casa dos pais, tenho uma amiga de 42 anos que só "casou" agora, conheço gente que respondeu pra mim "to com 45 anos e ainda estou esperando que a vida comece" outros me disseram "a vida só vai realmente começar depois dos 50" e muita gente diz pra mim "sua vida só vai começar depois que tiver filhos" (oi?)
Então analisei esses meus 30 anos, fui uma criança chata, uma adolescente irritante e agora uma adulta infeliz. É, provavelmente vai demorar pra vida começar pra mim ou ela já começou e eu não vi? o.O


Esses dias me empolguei com a possibilidade de trabalhar em navios cruzeiros, conversei com amigos da área, pesquisei várias agencias e eu vi um futuro legal trabalhando nesse lugar. Meu único problema vai ser, se eu não conseguir me adaptar, tanto ao ritmo de trabalho, quanto ao confinamento de no mínimo entre 6 ~9 meses diretão num navio, parando em alguns lugares por poucos dias.
A ideia me deixou bem empolgada, principalmente por ver que os salários são pagos em dólares ou em euros, porém descobri que a vida lá dentro é um verdadeiro trabalho ralado, 11h de trabalho, às vezes não tem folga e você está ali preso no seu local de trabalho por cerca de 6 meses e somente falando em inglês, espanhol e outras línguas (e lidando com todo tipo de gente feat serviço).
Então, me vi sim partindo pro incomunicável, visto que na maioria desses cruzeiros não tem wifi, nem sinal, mas ainda sim o que mais me deixa receosa de meter as caras nisso, é que eu realmente não sei se vou aguentar, mesmo eu já tendo passado por várias experiências e provas, nesses meus 30 anos.


Aí concluí, que nada me segura aqui em São Paulo, concluí que por mais que eu ame meu atual emprego, ele não me dá a possibilidade de conseguir fazer minha pós ou meu mestrado e concluí também que em 30 anos eu não fiz nem 10% do que eu quero fazer. E trabalhar num navio cruzeiro, talvez vá me proporcionar não só a melhora do meu inglês (que é desenrolável, porém ruinzão ainda) como também talvez vá me proporcionar a tão sonhada pós. Pode ser que eu venha a fazer pós daqui a uns 2,3 anos, mas será que até lá eu já vou estar querendo fazer isso como agora? Será que até lá eu vou estar "bem", como agora? Ou melhor, será que eu vou estar viva até lá?